segunda-feira, 16 de maio de 2011

O ANEL QUE TU ME DESTE...UM PEQUENO MILAGRE!

No final de 2009 fui jantar com meu marido em comemoração ao nosso aniversário de casamento. O restaurante foi escolhido em vista a uma “tradição” que criamos no nosso relacionamento.
O jantar foi tumultuado, em relação aos outros anos, porque não estávamos sozinhos... tudo estava diferente!
Ao meio das nossas cadeiras havia um carrinho de bebê, na mesa, frente aos pratos, estava a mamadeira e no lugar dos talheres, alguns brinquedos. As taças estavam no meio da mesa para que não fossem derrubadas e comemos um de cada vez para dar atenção ao bebê, e não juntos, como de costume.
O importante é que estávamos felizes naquele dia e que o nosso fruto estava ali, conosco, comemorando pela primeira vez a data que escolhemos para oficializar o nosso amor.  Os avós se ofereceram para ficar com ele, mas fizemos questão da presença do pequeno. Nosso convidado de honra.
Enquanto aguardávamos a sobremesa chegou uma senhora, acompanhada de duas pessoas, e sentaram-se na mesa ao lado. A senhora chamou atenção porque estava muito agitada, conversava e reclamava da chuva...
Percebi que estava mais calma, havia se sentado, tirado a echarpe e continuava a conversar, mas conversava com seus amigos e nos observava com um olhar curioso. Quando nossos olhos se cruzaram ela me olhou como se conseguisse olhar o que estava dentro de mim, lembro com se fosse hoje.
Fiquei um pouco constrangida porque eu sabia que estava tarde para estar com um bebê em um restaurante e que os mais velhos não aprovavam como “normal” esta atitude dos jovens pais... ao mesmo tempo o olhar dela não era de reprovação.
Quando nossos olhos se cruzaram novamente, eu estava curiosa para saber o que ela estava pensando sobre nossa atitude de ter um bebê ali, ela pronunciou: “Que família linda!”
Ufa! Fiquei aliviada, abri um sorriso e como se me justificasse eu disse: “É o nosso aniversário de casamento e o trouxemos para que ele participasse dessa data tão especial”.
Aquela senhora retribuiu com um largo sorriso e observou: “Um casal tão jovem.” Brincou um pouco com meu bebê, olhou para seus amigos e me disse: “Prazer, meu nome é Lídia e gostaria de te dar um presente de casamento”.
Eu olhei para meu marido um pouco surpresa e espantada. A senhora prontamente segurou uma caneta e disse: “Coincidências não existem. Estou vindo do lançamento do meu livro e gostaria de presenteá-los”. Perguntou nosso nome e escreveu uma linda dedicatória. Abriu a bolsa, tomou nas mãos um batom vermelho e beijou sua dedicatória como se beijasse um filho.
Lembro-me de trocarmos algumas palavras e de ter me mostrado uma corrente em seu pescoço, cheia pingentes, cada um representando filhos e netos. Corrente essa, que nunca irei me esquecer, pela forma que me foi apresentada, com orgulho e alegria. Na verdade fiquei encantada com a presença daquela senhora, mulher, mãe, avó, apaixonada, escritora.... que abrilhantou a nossa noite.
Então chegou a nossa sobremesa e em seguida fomos embora, porque já estava na hora de criança estar na cama. Agradecemos novamente o livro e nos despedimos.
No outro dia pela manhã peguei o livro enquanto amamentava meu bebê. O título era O ANEL QUE TÚ ME DESTE. O Casamento no Divã. Autora: LIDIA ROSEMBERG ARANTANGY.


Intrigada pela coincidência do tema, apesar da Lídia ter dito que isso não existia, iniciei a leitura e transcrevo aqui uma das minhas partes preferidas:
“Quando falamos da mesmice que se instala em um vínculo duradouro, esquecemos da não permanência dos sujeitos do vínculo. Como falar em mesmice em um relacionamento que é continuamente açoitado pelo vendaval da vida, que transforma os jovens noivos da festa de bodas em pais de um bebê, em educadores de novos cidadãos, em confrontadores de adolescentes, em protagonistas de um ninho vazio, em avós de novos filhotes?
É, de fato, assustador encarar todas essas mudanças e, a cada uma delas, correr o risco de perder o afeto do parceiro – ou, talvez mais perturbador, o risco de apaixonar-se de novo: pelo pai que ele nunca tinha sido, pelo batalhador em que a vida o transformou, pelo filósofo moldado pela experiência, pelo avô impregnado de ternura. Quem pode afirmar que conhece todas as facetas de um companheiro e que está livre de se apaixonar (ou se horrorizar) diante do que ainda não conhece?”
Deixo meu depoimento e meu “muito obrigada” à Lidia por ter seguido seu impulso de dar-nos seu livro naquele dia. Em muito auxiliou entender todas as mudanças naturais e tentar trilhar um caminho positivo no relacionamento .
Eu sugiro a leitura aos casais apaixonados, para os que moram juntos, para os que irão casar, para os que estão se separando, para os que vão se conhecer melhor, para os casais que serão pais ou avós...todos irão se identificar com inúmeras situações que a Lídia expõe no livro inspirada nos casos auxiliados por ela durante sua jornada como terapeuta de casais.
E sabe de uma coisa: realmente coincidências não existem... o que existem são pequenos milagres!